Integrante da Osesp desde: 1º de novembro de 2002.
Obra favorita: O oratório Messias HWV 56, de G. F. Händel, esta que já teve oportunidade de cantar algumas vezes, inclusive com a Osesp.
Natural de São Paulo, a mezzo soprano Patrícia Nacle iniciou seus estudos musicais aos oito anos, ao ganhar um violão de presente. Em 1986, graduou-se em violão erudito pelo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo (CDMSP), sob orientação de Suely de Souza Steglich. Gradualmente, viu seus interesses musicais serem direcionados para o canto, principalmente para o canto coral. Como bolsista, integrou o Coral do Estado de São Paulo, na Universidade Livre de Música, atual EMESP Tom Jobim. Ali, conheceu a cantora Lenice Prioli, que se tornou sua primeira professora e sua inspiração. Mais tarde, passou a fazer aulas de canto com o cantor e fonoaudiólogo Juvenal de Moura e, posteriormente, com o barítono Francisco Campos.
Ao longo de sua formação, participou de importantes festivais, como o Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juiz Fora, Minas Gerais, o que a colou em contato com grandes intérpretes do repertório barroco, pelo qual tem grande apreço. Também cantou nas masterclasses de Thomas Adam, da canadense Suzie LeBlanc, dos brasileiros Fernando Carvalhaes e Inês Stockler, da alemã Ingeborg Danz, aluna da lendária soprano Elisabeth Schwarzkopf, e de Nathalie Stutzmann, contralto e regente francesa, com quem colaborou nas temporadas de 2016 a 2018 da Osesp.
Sua experiência coral decorre de sua atuação junto ao Coro da Sociedade Pró-Música Sacra de São Paulo, à Cia. Canto Vivo, de Jundiaí, ao Corenvoz, ao Madrigal Prana e ao Américantiga, conjunto de música antiga luso-brasileira e hispano-americana. Em 2011, assumiu como monitora do naipe de contraltos do Coro da Osesp e, em 2014, ingressou no Capela Ultramarina, grupo especializado em canções de origem portuguesa do século XVI com o qual lançou o CD A Cantar uma Cantiga: Cantigas e Vilancetes Portugueses do Século XVI, do Cancioneiro de Paris (gravação independente, 2019). Em 2022, Patrícia teve o prazer de colaborar com o Bendita Folia, um trio de vozes femininas e, no ano seguinte, foi uma dos solistas selecionados para a gravação da canção Balada, de Aylton Escobar. De 1998 a 2000, participou dos Jovens Cantores do Centro Tom Jobim, grupo de solistas coordenado por Francisco Campos, se apresentando tanto na capital quanto em cidades do interior do Estado de São Paulo. Também integrou o elenco do projeto Ópera Estúdio de São Paulo, dirigido por Fábio Oliveira.
Experiente solista, cantou papéis de destaque nas montagens do Stabat Mater P. 77, de G. B. Pergolesi, e do Oratório de Natal Op. 12, de Camille Saint-Saëns, pelo Madrigal Voz Ativa, da ópera pastoral Ácis e Galateia HWV 49, de G. F. Händel, pelo Núcleo de Música Antiga da EMESP, e do Glória RV 589, de Antonio Vivaldi, pelo Coral Jovem do Estado de São Paulo em parceria com o Coro da Osesp. Em apresentações deste, solou também na Paixão Segundo São Mateus BWV 244, de J. S. Bach, e foi uma das seis vozes solistas da obra Mad Regales, de Elliott Carter.
Entre os momentos marcantes vividos com a Osesp estão a sua estreia no Coro, em apresentação no Theatro São Pedro do livro de madrigais Barca di Venetia per Padova, de Adriano Banchieri. Também se lembra de modo vívido da montagem, em 2003, do African Sanctus, de David Fanshawe, uma obra visionária que expressa a unidade entre os povos e celebra, através da música, a paz mundial.
Formou-se em psicologia clínica, área em que atua, paralelamente à música, há mais de 30 anos. Durante esse período, fez vários cursos a respeito da dimensão terapêutica da música, que inclui a redução do estresse, a melhoria do humor, o aumento da concentração, o refinamento da expressão emocional e o incremento do bem-estar geral. Patrícia concebe a música também como uma ferramenta de resgate da história pessoal e das lembranças e emoções armazenadas profundamente na memória. Assim, tem buscado modos de explorar o canto enquanto poderoso instrumento de autoconhecimento e de conscientização em relação aos processos psíquicos internos do indivíduo.