No fim da tarde da última quarta (21/ago), desembarcamos em frente ao número 10 da praça que é um dos endereços mais lendários da música clássica, o Concertgebouw, em Amsterdam. O prédio é um monumento nacional e acabou dando nome à área, a Concertgebouwplein ou Praça do Concertgebouw. Inaugurada em 11 de abril de 1888, a sala é a quarta parada da turnê. Nela fazemos parte da intensa agenda do SummerConcerts Festival.
“Tocar aqui é como estar em um templo”, contou Darcio Gianelli, Trombone Solista da Osesp. “Acho que nós da Orquestra somos imediatamente contagiados por essa aura, por tudo que estas paredes e palco já testemunharam. E o repertório que fizemos aqui foi muito especial”, completou. Darcio estava se referindo especificamente ao grand finale do programa, a Sinfonia alpina de Richard Strauss, obra recheada de passagens maravilhosas para os metais. Sejamos jutos, Strauss — que está entre as lendas que se apresentaram no Concertgebouw — criou não apenas melodias perfeitas para os instrumentos que brilham, como para toda a orquestra, das cordas à percussão, com destaque especial para o órgão. (Por falar no instrumento de tubos que é peça central do hall, assista ao vídeo em que a pianista Cecília Moita nos conta como se preparou para tocá-lo.!
Além de ser conhecido por sua acústica, o Concertgebouw tem provavelmente a entrada mais inusitada de um regente e solista. Eles precisam descer os 26 degraus vermelhos da escada no fundo do palco e passar no meio da orquestra antes de assumirem seus postos. Uma aventura antes mesmo da música começar!
Nosso diretor musical Thierry Fischer percorreu o caminho algumas vezes sozinho (imagine como é encarar as mais de mil pessoas na plateia de lá) e outras na companhia de Daniel Lozakovich, o segundo solista desta turnê. O jovem gênio (sem exagero) sueco tocou o Concerto para violino nº 3 de Camille Saint-Saëns, a mesma peça que o público da Sala São Paulo pôde assistir há alguns meses. É como o Thierry costuma dizer: estamos mostrando na Europa a alta qualidade daquilo que nosso público tem ao alcance semanalmente no Brasil.
A holandesa Ineke, que se apresentou como "Inêzinha" em um bom sotaque carioca, nõa escondia a empolgação em estar conosco. Perguntamos o que a trouxe ao número 10 da Concertgebouwplein: "vim porque essa é a melhor orquestra do Brasil e faz anos que não a escuto. Adorei o concerto, especialmente a primeira obra, porque você reconhece muito de Brasil nela. Obrigada por terem vindo de tão longe". Nós é que agradecemos pela recepção, Inêzinha.
Com Strauss, Saint-Saëns e Guarnieri — cuja Suíte Vila Rica abriu a noite e a Dança brasileira encerrou —, deixamos esse endereço histórico muito orgulhosos e felizes com a acolhida dos amsterdamêses. Próxima parada, Alemanha!
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