Quando nos aproximamos da Bahia de Santander, sentimos a brisa do mar e avistamos as quatro grandes torres do Palacio de Festivales de Cantabria. O segundo palco de nossa Orquestra nesta turnê foi inspirado no teatro da cidade grega de Epidauro e também no mundo marítimo (daí as torres de 50m, uma referência aos mastros dos barcos). É nesse Palacio de arquitetura um tanto inusitada que acontece boa parte da programação do Festival de Santander, pelo qual fomos convidados a tocar na noite de ontem, 17 de agosto, em sua 73ª edição — somos ambos, Orquestra e Festival, orgulhosos septuagenários.
Osesp e Thierry Fischer em Amériques, de Varèse.
Em meio a tanta tradição e experiência, um espaço para novidades: esta foi a estreia da Osesp no Festival e, de acordo com nossos anfitriões, a primeira vez que Uirapuru, de Heitor Villa-Lobos; Amériques, de Edgard Varèse; e (acreditem!) a Sinfonia alpina, de Richard Strauss, foram tocadas no evento. Esse repertório é ambicioso tanto do ponto de vista artístico, quanto em relação ao efetivo orquestral. Como já contamos por aqui, incluindo o regente, temos 134 músicos envolvidos na dobradinha Varèse-Strauss — na peça do primeiro, apenas na percussão, são 13 intérpretes tocando uma miríade de instrumentos.
Os Gonzalez Logo após o fim da primeira metade do concerto, uma senhora saiu a caminho do intervalo exclamando para amiga: “extupendo, extupendo”! A música moderna de Villa-Lobos e Varèse parece ter empolgado o Palacio de Festivales. Dentre os muitos que exalavam entusiasmado na plateia, encontramos a família Gonzalez. “Nós somos de Madrid e viemos a Santander especialmente para conhecer a Orquestra [Sinfônica do Estado] de São Paulo”, contou Javier, o jovem de óculos na foto. O primo Juan, o caçula do time, disse que a recomendação veio da avó Rosario, que é professora de piano e já conhecia nossa reputação.
A família Gonzalez no concerto.
Para nos despedirmos da Espanha, um bis. Nesta turnê, agradeceremos ao público com a Dança brasileira de Camargo Guarnieri.
Nossa harpista Liuba Klevtsova.
Pé na estrada... Hoje voltamos para a estrada. Viajaremos por todo o dia, em dois grupos diferentes, até Edimburgo. A carga, agora de oito toneladas, saiu na noite de ontem direto para a capital da Escócia, a fim de que, quando chegarmos lá, tudo esteja pronto para a passagem de som e para o concerto em um festival que já é nosso velho conhecido. Lá, o repertório muda quase completamente: fica apenas a Sinfonia alpina e entram excertos da Suíte Vila Rica, de Camargo Guarnieri, e duas peças para violino solo e orquestra, o Concerto de Ginastera e a Fantasia sobre temas de Carmen de Waxman, ambas com Roman Simovic como convidado.
Mas isso é assunto para outro dia. See you soon!
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